Big Data Industrial: contando a história do chão de fábrica

Segundo a CNI, Confederação Nacional da Indústria, 48% das indústrias brasileiras pretendem investir em tecnologias voltadas para a Indústria 4.0.

Como diz aquele velho provérbio “o que os olhos não veem o coração não sente”, ou naquele outro “o diabo está nos detalhes”, a dinâmica do chão de fábrica não revela nem as causas nem os impactos de micro operações que impactam no resultado diário da operação. São pequenos desvios ou desencontros que no final do mês acabam impactando o caixa e os resultados das empresas industriais, sem que os executivos percebam o que está acontecendo.

Indústrias investem em diversas iniciativas de qualidade buscando o aperfeiçoamento do fluxo produtivo, a redução de perdas e a melhoria da produtividade e segurança das equipes, mas nem sempre fazem uso de tecnologias disponíveis para guiar suas iniciativas e buscar os pequenos detalhes.

O que é Big Data Industrial?

Para entendermos o big data industrial, primeiro devemos entender o termo big data, algo que pode ser definido como um grande volume de dados. É como chamamos sistema computacional que extrai, organiza e interpreta aquela grande quantidade de informação. Os dados podem possuir qualquer formato ou estrutura, vir de qualquer origem e serem coletados a qualquer tempo. Um bom sistema de big data é capaz de ler estes dados e dar sentido aos mesmos dentro do contexto do usuário, mostrando aquilo que não é possível ser visto ou acompanhado sem o auxílio da tecnologia.

A prática do big data se tornou comum nos últimos anos com o surgimento de tecnologias viáveis de análise e armazenamento de grandes volumes de dados somados a popularização da internet e das conexões de rede, possibilitando a coleta e o armazenamento de toda uma gama de dados nos variados setores da sociedade.

Pode-se citar como exemplos, empresas de sistemas de celular como o Google ou a Apple, redes sociais como Facebook, montadoras de veículos com os sistemas de concierge, empresas de cartão de crédito, de transações online, etc.

Os sistemas de big data se tornaram mais importantes a partir da percepção de que o dado é o ativo mais valioso de uma organização. Este conceito permeia grandes investimentos em tecnologia para a coleta de mais e mais dados, criando grandes bolsas de conhecimento sobre as empresas, os cidadãos e a sociedade em geral.

O Big Data nas indústrias

Com a chegada da Indústria 4.0, o setor industrial passou a mergulhar no contexto da revolução digital 4.0, onde a informação é fundamental para se construir estratégias operacionais de produção e atendimento ao mercado, direcionando o desenvolvimento de produtos e a conexão direta com os clientes e fornecedores.

Neste sentido é imprescindível o domínio completo do conhecimento do comportamento de seus clientes, de seu modus operandi para gerar valor dentro de sua linha de produção e de suas relações com o ecossistema de logística de fornecimento e abastecimento.

Parte fundamental nesta equação é conhecer os detalhes do funcionamento do chão de fábrica. É ali que seu produto é construído e onde estão escondidas as maiores armadilhas que podem prejudicar a qualidade, a entrega ou o custo de seu produto.

O Big Data Industrial foi concebido para coletar dados do chão de fábrica de forma automática, processá-los no contexto necessário e fornecer informações relevantes para a tomada de decisão tática e estratégica da indústria.

Como funciona o Big Data industrial

O big data industrial é baseado em duas estratégias diferentes: a coleta de dados automática e o apontamento inteligente. Estas estratégias são usadas de forma complementar em função do ambiente de produção e tipo de processo produtivo.

Apontamento inteligente

O apontamento manual consiste em algum tipo de interface que vai coletar os dados de uma pessoa, normalmente o operador, sobre informações, parâmetros e dados relevantes do processo em questão. Praticamente todas as indústrias necessitam de algum tipo de apontamento manual, sendo que indústrias de manufatura em geral tendem a realizar quase todo o apontamento de forma manual.

Ao contrário do que parece, o apontamento manual deve ter algum tipo de automatismo cujo propósito é guiar, orientar e validar o apontamento. Neste caso chamamos o processo de apontamento inteligente. Este automatismo visa facilitar a vida do operador, cuja principal função é operar o processo e não o computador.

Algumas características que são fundamentais em um apontamento inteligente:

  • Interface amigável, legível e clara, destacando somente as informações relevantes para aquele operador, local e momento do processo;
  • Guia de informações claras do que está acontecendo e do que deve ser feito, registrado e operado;
  • Trabalhar no conceito de instintividade, onde o operador precisa pensar o mínimo possível para identificar as tarefas a serem cumpridas e apontar os dados;
  • Atender a ergonomia do local e facilidade do uso com interfaces do tipo one touch.

apontamento inteligente não é só uma forma de anotar dados, mas uma ferramenta completa para orientar as tarefas e direcionar o trabalho do dia a dia no chão de fábrica.

Coleta de dados automática

A coleta de dados automática é o que chamamos de IIoT (ou Industrial Internet of Things – internet das coisas na indústria), onde um componente coletor de dados (equipamento IIoT) é conectado às máquinas e equipamentos do chão de fábrica e passam a perceber em tempo real quando o mesmo está rodando, produzindo, ligado, desligado, etc.

A quantidade de informações a serem disponibilizadas depende da máquina ou equipamento em si, se esta disponibiliza estes sinais para serem lidos. O próprio equipamento de IIoT fica responsável por pré-processar os dados coletados e enviar para os serviços de big data para interpretação e armazenamento.

A arquitetura ideal prevê os servidores na nuvem e a conexão do IIoT via internet reduzindo o custo total de implantação. Algumas máquinas e equipamentos já possuem embutidos sistemas de controle e coleta de dados, tipo PLC ou similar, dispensando, neste caso, algum equipamento específico.

Aqui cabe um detalhe: por mais que o IIoT consiga registrar todos os eventos do maquinário conectado, ele não tem como saber qual o produto está sendo processado, os operadores envolvidos, a qualidade apontada e outras informações que se encontram fora do sistema de sensoriamento, informações estas que devem ser complementadas com o apontamento manual.

O big data e a história da empresa

O grande objetivo do big data industrial é registrar o que chamamos de tempos e movimentos da produção.

chão de fábrica é um conjunto de processos e movimentos, independentes e coordenados, que tratam da movimentação de materiais e ações nos mesmos através de máquinas, equipamentos ou ferramentas, realizadas automaticamente ou através de operadores, dentro de um fluxo planejado de produção.

Desta forma, a cada instante, materiais estão sendo movimentados e trabalhados, máquinas ligadas e desligadas, ações são tomadas por parte dos operadores e transformações estão sendo realizadas. O registro cronológico de todos estes eventos, realizado através da coleta automática de dados ou do apontamento inteligente, constroem o big data industrial.

Este conjunto de dados constituem os tempos e movimentos da fábrica que, uma vez registrados podem informar o que houve, em qual momento, onde, com qual material, operador ou recurso, com quais parâmetros transformando quais materiais.

Em outras palavras, o big data industrial conta a história de sua fábrica, nos detalhes que forem necessários.

Informações como rastreabilidade, tempos médios, uso, movimentos, entre outros estão disponíveis para qualquer tipo de análise.  Estes dados são o ouro de sua operação, onde os insights podem ser tirados e decisões tomadas a partir de informações que antes estavam ocultas ou simplesmente não existiam. São dados da sua realidade e representa a Indústria 4.0 se tornando realidade no seu chão de fábrica.

Benefícios para a indústria

Com o uso do big data industrial é possível obter informações sobre os estados dos recursos e ordens de produção em tempo real, um histórico detalhado de cada etapa do processo produtivo para rastreabilidade do produto, projetar as novas datas de entregas com base nas condições reais, reajustar tomadas de decisão de produção, aumentar a produtividade e melhorar o relacionamento com os clientes.

Além disso, a coleta dos dados, em tempo real, de todos os tempos e movimentos do chão de fábrica gera um leque de possibilidades de ações de gestão, tais como: a elaboração de treinamentos específicos para os colaboradores, avaliação de investimentos em novos recursos, acompanhamento da qualidade dos processos e dos produtos, entre outros.

Como posso ter meu próprio big data industrial?

Inicia-se pela implantação de uma solução que suporte a visão do big data industrial – por motivos óbvios devo mencionar aqui o Quadfloor – a primeira solução que implementa esta visão de forma integrada disponível no mercado.

Esta solução será a espinha dorsal para a implementação, ou seja, trata as ferramentas para a coleta dos dados, conexão de máquina para coleta automática, apontamento inteligente e mecanismos para coletar, armazenar e processar este grande volume de dados.

No processo de implantação será definido de coleta de dados para formar o big data, incluindo os locais e configuração do apontamento inteligente e as conexões com as máquinas, quando necessário.

Nesta fase será também definido o projeto de infra estrutura contemplando a rede local de coleta de dados, as interfaces homem máquina e os procedimentos de segurança da informação, tão importantes neste processo.

Uma vez concluídas as fases acima o sistema começará a lhe trazer resultados e visibilidade sobre as operações, e se dará início o big data da história de sua empresa.

Imagem Big Data.


Conclusão

Na era da Indústria 4.0, adotar o big data industrial é fundamental para dominar seu chão de fábrica e criar a infraestrutura de dados necessária para aumentar sua produtividade e competitividade.

Entre em contato agora e agende uma demonstração da solução mais completa para organizar, gerenciar e otimizar o chão de fábrica.

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